Meta-análise e revisão sistemática/revisada por pares The Lancet: Novo estudo revela que a forma mais comum de artrite, a osteoartrite, afeta 15% da população mundial com idade acima de 30 anos As principais causas são o envelhecimento, o aumento populacional e a obesidade
Não há cura para a osteoartrite, mas o estudo propõe maneiras de repensar a percepção da
|
(Seattle, WA) 21 de agosto de 2023 — Um novo estudo estima que, em 2050, cerca de 1 bilhão de pessoas viverão com osteoartrite, a forma de artrite mais comum. Atualmente, 15% das pessoas com 30 anos de idade ou mais apresentam osteoartrite. A pesquisa, publicada hoje no The Lancet Rheumatology, analisa 30 anos de dados relacionados à osteoartrite (1990–2020), abrange mais de 200 países e foi realizada pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (Institute for Health Metrics and Evaluation, IHME) como parte do estudo de carga global de doença (Global Burden of Disease, GBD), de 2021.
O estudo revelou que os casos aumentaram rapidamente ao longo das três décadas devido a três fatores principais: envelhecimento, aumento populacional e obesidade. Em 1990, 256 milhões de pessoas viviam com osteoartrite. Em 2020, esse número aumentou para 595 milhões de pessoas, o que representa um aumento de 132% desde 1990. Em 2050, estima-se que esse número alcance a marca de 1 bilhão.
“Com as principais causas sendo o aumento da expectativa de vida e o crescimento populacional, precisamos prever o impacto causado nos sistemas de saúde da maioria dos países”, explica o Dr. Jaimie Steinmetz, autor porta-voz do artigo e cientista pesquisador líder do IHME. “Não há cura eficaz para a osteoartrite no momento, então é crucial nos concentrarmos em estratégias de prevenção e intervenção precoce e facilitarmos o acesso a tratamentos que são eficazes e caros, como a artroplastia, nos países de baixa e média renda.”
Estimativas de dor articular para 2050
As áreas mais comuns de ocorrência da osteoartrite são os joelhos e quadris. Em 2050, estima-se que a osteoartrite aumente nas seguintes proporções, de acordo com cada área problemática do corpo humano.
o Joelho +74,9%
o Mão +48,6%
o Quadril +78,6%
o Outras (p. ex., cotovelo, ombro) +95,1%
Estima-se que mais mulheres que homens continuem enfrentando esse problema. Em 2020, 61% dos casos de osteoartrite ocorreram em mulheres, em comparação com 39% em homens. Há uma combinação de possíveis fatores para essa diferença entre gêneros.
“Os motivos para a diferença entre gêneros na prevalência da osteoartrite estão sendo investigados, mas os pesquisadores acreditam que fatores genéticos, hormonais e diferenças anatômicas estejam envolvidos”, explica o Dr. Jacek Kopek, autor e professor sênior da Faculdade de Saúde Pública e Populacional da Universidade de Colúmbia Britânica.
Obesidade
Esse estudo mostra que a obesidade ou, o índice de massa corporal (IMC) elevado, é um fator de risco importante para osteoartrite. Se a obesidade for abordada de maneira eficaz na população mundial, o ônus da osteoartrite diminuirá em 20%, segundo estimativas. A pesquisa também mostra que a obesidade desempenhou um papel importante ao longo do tempo, conforme sua incidência aumentava.
No primeiro ano do estudo, em 1990, a obesidade era responsável por 16% da incapacidade resultante da osteoartrite, e esse número aumentou para 20% em 2020.
“Os sistemas de saúde e os governos têm a oportunidade de se engajar e participar identificando populações vulneráveis, abordando os fatores causadores da obesidade e desenvolvendo estratégias de gestão para impedir ou desacelerar a progressão da osteoartrite”, afirma a Dra. Liane Ong, cientista pesquisadora líder do IHME, que supervisionou e foi coautora do estudo. “O papel do sedentarismo na obesidade e dor associadas à osteoartrite pode desencadear ciclos negativos opostos e indesejados. Por exemplo, a atividade física pode prevenir lesões precoces na vida e pode até mesmo ser benéfica para pessoas com dor articular. É contraintuitivo, mas ter dor articular não significa que devemos permanecer sedentários.”
Este estudo foi financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates (Bill & Melinda Gates Foundation), Instituto de Pesquisa em Ossos e Articulações (Institute for Bone and Joint Research, IBJR), Aliança Global para a Saúde Musculoesquelética (Global Alliance for Musculoskeletal Health, GMUSC) e pelo Governo da Austrália. A equipe do estudo incluiu pesquisadores do IHME da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington foram publicadas hoje na revista, nos EUA, e colaboradores do GBD 2021 do mundo todo.
Para entrevistas com os autores do artigo, entre em contato com a equipe de mídia do IHME pelo e-mail media@healthdata.org
NOTA: SE VOCÊ DESEJA FORNECER UM LINK AOS SEUS LEITORES, USE O APRESENTADO A SEGUIR, QUE PASSARÁ A FUNCIONAR NO MOMENTO EM QUE O EMBARGO FOR SUSPENSO: https://www.thelancet.com/journals/lanrhe/article/PIIS2665-9913(23)00163- 7/fulltext
Journal
The Lancet Rheumatology
Method of Research
Systematic review
Subject of Research
People
Article Title
Global, regional, and national burden of osteoarthritis, 1990-2020 and projections to 2050: a systematic analysis of the Global Burden of Disease Study 2021
Article Publication Date
21-Aug-2023