JACKSONVILLE, Florida -- Apesar das melhorias nas taxas de sobrevida de curto e médio prazos para pacientes com glioblastoma, o tumor cerebral mais comum em adultos, a percentagem de pacientes que atinge a sobrevida de cinco anos continua baixa, de acordo com a nova pesquisa da Mayo Clinic.
Um estudo que será publicado no próximo mês na Mayo Clinic Proceedings descobriu que pouco tem mudado em termos da sobrevida de cinco anos -- somente 5,5% dos pacientes vivem durante cinco anos após o diagnóstico -- e solicita que tratamentos mais agressivos sejam considerados para todos os pacientes com glioblastoma.
Os gliomas representam cerca de 75% dos tumores cerebrais primários malignos, de acordo com estudos anteriores e o glioblastoma, glioma de grau 4, está entre as formas mais agressivas de câncer. A análise retrospectiva de 48.652 casos no National Cancer Database de janeiro de 2004 até dezembro de 2009 descobriu que 2.249 pacientes sobreviveram pelo menos cinco anos após o diagnóstico. Entre estes que alcançaram uma sobrevida de cinco anos, a duração média da sobrevida foi 88 meses. Os pacientes que não sobreviveram cinco anos tiveram uma sobrevida mediana de apenas sete meses.
"A introdução da quimioterapia no tratamento do glioblastoma foi revolucionária, embora esta pesquisa sugira que a quimioterapia serve mais como uma medida de temporização contra a recorrência da doença e morte," afirma Daniel Trifiletti, M.D., um rádio-oncologista da Mayo Clinic e autor sênior do estudo. "Um trabalho considerável precisa ser feito para dar esperança aos pacientes com glioblastoma."
O estudo envolveu pesquisadores em estatísticas biomédicas, de oncologia e radiação dos campus da Mayo Clinic da Flórida e Minnesota, e da East Tennessee State University.
De acordo com o estudo, os fatores associados com a sobrevida de cinco anos incluem idade, raça e gênero. Estes que atingiram a sobrevida de cinco anos eram relativamente adultos jovens, do sexo feminino e não eram brancos. Outros fatores incluíram boa saúde no geral, rendimentos médios mais altos, tumores que estavam localizados do lado esquerdo do cérebro ou fora do tronco encefálico e tratamentos com radioterapia. Ao contrário de estudos anteriores, o tamanho do tumor não pareceu afetar as probabilidades de sobrevida de longo prazo de forma significativa.
As descobertas sugerem que tratamentos mais agressivos que focam na sobrevida de longo prazo serão necessários. "Embora seja incerto como isto pode ser alcançado, provavelmente abordagens radicais e novas serão necessárias para o tratamento da doença," o Dr. Trifiletti afirma. O estudo recomenda que seja oferecido a quase todos os pacientes a inscrição em um estudo clínico.
O Dr. Trifiletti declara que há vários estudos em andamento que testam novas cirurgias promissoras, técnicas de radiação e terapias com medicamentos. "Para mim, a área mais interessante é a terapia celular," ele afirma. "No meu laboratório, estou avaliando a possibilidade de usar a terapia celular orientada como um agente que pode contribuir com terapias existentes, incluindo a radiação."
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O Dr. Trifiletti revela que ele recebeu bolsas de pesquisa da NovoCure, e o Paul D. Brown, M.D., um rádio-oncologista da Mayo Clinic e coautor, participa dos painel de monitoramento de segurança e dados da IQVIA Biotech. Os outros autores não relatam interesses concorrentes.
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